Fundamentação teórica

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Considerações iniciais
Dentro de uma perspectiva interativa de linguagem, a concepção de aprendizagem surge como um processo histórico-social de construção do saber. Em relação ao ensino de língua materna, alguns aspectos devem ser considerados para que essa construção se efetive, isto é, algumas habilidades devem ser desenvolvidas para que o aluno atinja os objetivos desejáveis nessa situação de aprendizado. Tais habilidades relacionam-se à competência oral e escrita.
Com relação à escrita, especificamente, observamos que o percurso teórico desse processo evoluiu de uma visão centrada no produto, passou por um enfoque nos processos individuais do sujeito cognitivo que produz o texto e chega, aos poucos, a uma visão interativa da produção textual, centralizando-se na construção conjunta de conhecimentos e habilidades (Garcez, 1998). Mas ao nos voltarmos para o percurso prático deste processo, o caminho percorrido parece não ser o mesmo, visto que é o produto final da produção textual que continua sendo enfatizado.
Dentro da escola, podemos observar três formas de apropriação da língua escrita. A primeira delas relaciona a estrutura da língua escrita a um “objeto de conhecimento”, que apresenta os elementos mínimos necessários para o ler e o escrever. Por outro lado, esse mesmo sistema apresenta usos especificamente escolares, sendo necessário encontrar sentido num sistema de regras. Além disso, dentro da escola ocorre a apropriação de outros conhecimentos através da língua

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escrita, sendo necessária a mediação do professor na atividade de ler e escrever
(Rokwell, 1985).
A forma como a língua escrita é abordada na escola gera inúmeros problemas no ensino de português, principalmente quando nos referimos aos modelos tradicionais de gramática, priorizados nas escolas, que não dão conta de todas as necessidades do aluno, principalmente no que diz respeito à interação comunicativa.
Os professores