Fundamentação teorica
A escola pode ser pensada como o meio do caminho entre a família e a sociedade.
Neste delicado lugar, tanto a família quanto à sociedade lançam olhares e exigências à escola. No que se refere à família, é necessário dizer que a historiografia brasileira nos leva a concluir que não existe um “modelo de família” e sim uma infinidade de modelos familiares, com traços em comum, mas também guardando singularidades. É possível dizer que cada família possui uma identidade própria, trata-se na verdade, como afirmam vários autores, de um agrupamento humano em constante evolução, constituído com o intuito básico de prover a subsistência de seus integrantes e protegê-los.
Estão presentes dessa maneira, sentimentos pertinentes ao cotidiano de qualquer agrupamento como amor, ódio, ciúme, inveja, entre outros. Em relação às expectativas da família com relação à escola com seus filhos encontram-se várias fantasias familiares como o desejo de que a instituição escolar “eduque” o filho naquilo que a família não se julga capaz, como, por exemplo, limite e sexualidade; e que ele seja preparado para obter êxito profissional e financeiro via de regra ingressando em uma boa universidade. A sociedade procura ter na escola uma instituição normativa que trate de transmitir a cultura, incluindo além dos conteúdos acadêmicos, os elementos éticos e estruturais. É a partir daí que se constrói o currículo manifesto (escrito em seus estatutos) e o currículo latente (o dia-a-dia). (Outeiral apud Siqueira, 2002, p.01).
Embora bem delimitadas as diferenças entre casa e escola, passou-se a buscar mais o apoio desta, entendendo-se a eficácia da ação normalizadora da escola sobre crianças e jovens quando respaldadas pelo conhecimento e aquiescência da família. A despeito disso, reservava-se à escola,24 os direitos sobre o conhecimento científico acerca das áreas disciplinares, como também sobre aqueles que diziam respeito aos