Fundamentação teoria autismo
Atualmente, de acordo com o DSM-IV-TR (APA, 2002), o autismo caracteriza se pelo comprometimento severo em três áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, de comunicação, e presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipadas. O comprometimento no desenvolvimento social é caracterizado por dificuldade na interação social recíproca e espontânea, imitação e brincadeiras simbólicas com outras crianças, afetando, entre outros aspectos, o desenvolvimento de amizades. Quanto ao comprometimento das modalidades de comunicação, é relatado atraso na aquisição de fala e gestos, uso estereotipado e repetitivo da linguagem e dificuldades em iniciar e manter uma conversação. Finalmente, podem ocorrer padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, como por exemplo, uma adesão inflexível a rotinas. Comportamentos que são expressos, por exemplo, na insistência em seguir mesmo trajeto, em uma sequencia de atividades domesticas especifica (Ex.: na forma de arrumar a mesa ou quarto) ou ao enfileirar objetos nas brincadeiras, sem aparente função. Mudanças súbitas nestas rotinas desencadeuam uma grande desorganização do comportamento (Ex.: choro, gritos, agitação), sendo que a organização do ambiente auxilia na prevenção de crises.
Estes problemas de comportamento, frequentemente associados ao autismo estão os comportamentos automutilativos (Ex.: bater-se, morder-se, ferir-se com objetos), alta sensibilidade a barulhos comuns, interesse pelo cheiro e textura dos objetos ou partes do corpo de pessoas (orelhas, cabelo, barriga, etc.) (GADIA et AL., 2004.; RUTTER; TAYLOR & HERSOV, 1996). Estes comportamentos parecem estar associados ao nível de desenvolvimento cognitivo e da severidade dos “sintomas”.
Neste sentido, ressalta-se que as características dos sintomas variam enormemente de uma criança para outra, assim como o perfil de desenvolvimento. O retrato de um individuo com autismo