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Aula 1 — Fundamentos Humanísticos II — O homem como um ser cultural.

O grande milagre do universo não está nas constelações ou nas galáxias inumeráveis, mas nos recônditos recessos da consciência individual (Plotino).

Dizia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche ( 1844 – 1900) que o homem é um monstro metafísico, capaz tanto de realizar coisas grandiosas quanto atos abomináveis. Um ser de múltiplas possibilidades, dotado de racionalidade, mas sem o pleno controle sobre seus atos. Atos carregados de emotividade ( medo, raiva, ódio, etc. ), conforme a Neurociência mostra em recentes estudos, têm caráter antecipatório em relação à razão, ou seja, a racionalidade só se manifesta em um segundo momento. Contudo, embora o homem não tenha sobre si controle total, o seu agir diferencia-se do agir dos demais animais, pois dotado de intencionalidade, pode até certo ponto e em certas circunstâncias, planejar o que faz.
E o conjunto de todas as atividades humanas, incluindo as condenáveis, a Filosofia e as Ciências Sociais e Humanas costumam chamar de cultura. Constituem a cultura as produções grandiosas e as humildes, os costumes, o folclore, a música, a moral, as técnicas. Enfim, tudo que o homem faz é cultura, até mesmo a prática do canibalismo entre certos povos primitivos.
Os animais agem movidos pelos instintos e pelos reflexos, ser agir é desprovido de intencionalidade. Diante de diversas situações, reagem conforme é próprio sua espécie reagir. São incapazes de comportamentos inteiramente novos. Quando isso ocorre, atinge toda a espécie, trata-se de mutação genética.
Animais irracionais diante de um perigo procuram abrigo ou estratégias de defesa, mas não se perguntam por que ou como acontece isso? Quando muito, como demonstraram experiências de Wolfgang Köhler (1887 – 1967), psicólogo alemão e um dos idealizadores da Psicologia da Gestalt, encontram soluções para problemas concretos, como exemplo, um chipanzé que desloca um caixote para pegar uma banana pendurada no