Friedrich Hayek - Princípios e Propostas
O princípio neoliberalista dos livres mercados está no cerne da insistência de Hayek. O teórico atraiu a atenção pública pela primeira vez na década de 1930, quando discordou das soluções para a Grade Depressão propostas por John Keynes pois o mesmo admitia a necessidade de um aumento dos gastos públicos para a contenção da crise. Friedrich explicara que crises periódicas eram inevitáveis pois o planejamento central jamais conseguiria reunir todas as informações necessárias para dar conta das inúmeras e distintas demandas e mudanças de necessidade de cada indivíduo. Ao desenvolver suas ideias, também concluiu que planejar a economia significaria controlar a vida das pessoas, resultando na restrição de liberdades e constituição de um governo totalitário.
Uma total liberdade de mercado espontaneamente igualaria a disponibilidade de recursos à necessidade dos mesmos através da variação dos preços de acordo com o mecanismo de oferta e procura. O papel central do governo, como dito em The constitution of liberty (A constituição da liberdade), deveria ser a manutenção do “estado de direito”, com a mínima intervenção possível, deixando com que as instituições privadas e relações interpessoais independentes promovessem flexibilidade econômica e a ordem espontânea.
Com a crise econômica dos anos 1970, o ideário do economista austríaco tornou-se um ponto de convergência entre governos que defendiam os livres mercados desregulados em detrimento do Estado de bem estar social. Dentre eles, os de Margareth Thatcher e Ronald Reagan, os quais concordaram em reduzir a carga tributária vigente.
Por fim, Friedrich Hayek não temia a aplicação de mudanças drásticas no modelo governamental ocidental, assumindo inclusive sua posição não conservadora e em prol do livre mercado como caminho para a prosperidade econômica e a liberdade individual.
Deborah de Araújo