FREIRE

FREIRE, P. Educação como Prática de liberdade. 33ª reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 2010, p. 109-158.

Neste texto, o autor apresenta suas experiências pedagógicas, através do seu Método de Alfabetização de Adultos, as quais aconteceram antes do golpe militar. É descrito minuciosamente o método de alfabetização de adultos através das palavras geradoras. O autor enfatiza que a prática pedagógica quando parte da realidade do aluno tem resultados surpreendentes. Paulo Freire propunha um método pedagógico que vá ao encontro dos anseios do educando, que não ignore sua história de vida e bagagem cultural, mas que parta de sua realidade o levando a refletir e pensar criticamente, muito mais que se alfabetizar lhe proporcionar autonomia para que possa participar ativamente da sociedade em que está inserido. Os círculos de cultura, debates em torno de situações desafiadoras aos grupos de educandos mostravam a eles que assim como pessoas letradas, eles possuíam a capacidade de criação e recriação, que cultura é toda criação dos homens, tanto a canção do repentista quanto a poesia de renomados autores. Durante os debates, um dos alfabetizando disse: "Faço sapatos, e descubro agora que tenho o mesmo valor do doutor que faz livros". "Sei que agora sou culto", afirmou um idoso camponês, "porque trabalho e trabalhando transformo o mundo". No método de Paulo Freire percebe-se o respeito à liberdade dos alunos, onde o educador, depois de ter feito o levantamento e registro fiel do vocabulário dos educandos no circulo de cultura, faz-se um seleção das palavras mais frequentes, relevantes e significativas para as suas vidas, essas palavras, de uso comum no linguajar dos alunos, carregadas de experiências de vida, são usadas como palavras geradoras. Através destas palavras, os educando criam outras com combinações de suas silabas. O circulo de cultura possibilitava ao educando a liberdade e a crítica ao ser humano, sendo que o modo de relacionar-se do educador – educando,