França diz 'não' à constituição europeia
O "não" venceu o plebiscito francês sobre a Constituição européia com 54,87% dos votos. A informação é do Ministério do Interior da França, acrescentando que o "sim" obteve 45,13% dos votos. A participação final foi de 69,74%, enquanto que os votos em branco ou nulos somaram 2,52%. A Constituição da União Eropéia (UE) foi rejeitada pela grande maioria da França e o resultado abre uma crise no bloco, além de poder vir a representar golpe fatal contra a Carta, elaborada para melhorar o funcionamento da UE.
A derrota pode enfraquecer a França no bloco de 25 países, paralisar a integração e desestabilizar mercados financeiros. Ela também prejudica o presidente Jacques Chirac, dois anos antes das eleições presidenciais e legislativas. Após o referendo, Chirac disse que o resultado cria dificuldades para defender os interesses do país junto ao bloco.
A participação foi "muito elevada" e ficou em torno de 70%, algo comparável ao plebiscito de 1992 sobre a ratificação do Tratado de Maastricht, disse Villepin. O plebiscito de hoje colocou em evidência a existência de duas "Franças": 19 departamentos votaram "sim" - os do oeste do país, a Alsácia, os da região parisiense e os de ultramar - e 25 optaram pelo "não", entre eles os do norte e do sul. Uma derrota dura como essa em um país que há muito tempo é um dos principais pilares do bloco reduz as chances de um novo referendo que os líderes fraceses já haviam descartado antes do plebiscito deste domingo.
Muitos dos eleitores quiseram punir Chirac e o seu governo conservador pelo desemprego mais alto em cinco anos (10,2% da população) e outros problemas econômicos. Outros criticaram o que viam como a perda de importância da França na UE. "Eu votei não, consciente, devido à falta de vontade para resolver o problema principal da Europa hoje, que é o desemprego", disse Armel Bompart, 52 anos, funcionário público. O bom tempo favoreceu o comparecimento dos eleitores, depois de um