França antartida
a)História
No Verão de 1554, Nicolas Durand de Villegagnon visitou secretamente a região do Cabo Frio, na costa do Brasil, onde seus compatriotas habitualmente escambavam. Ali, obteve valiosas informações junto aos Tamoios, informando-se dos hábitos dos portugueses naquele litoral, colhendo dados essenciais ao futuro projeto de uma expedição para a fundação de um estabelecimento colonial. O local escolhido localizava-se cerca de 150 quilômetros a Oeste: a Baía de Guanabara, evitada pelos portugueses devido à hostilidade dos indígenas da região. O projeto concebia transformá-la em uma poderosa base militar e naval, de onde a Coroa Francesa poderia tentar o controle do comércio com as Índias. Embora na ocasião não a tenha visitado, estava acerca dela bem informado por André Thévet, que já a havia visitado por duas vezes, estando ciente de que os portugueses receavam os Tupinambás, indígenas ali estabelecidos. Na ocasião, fez boas relações com ambos os povos (Tamoios e Tupinambás), recolhendo, além de valiosas informações, uma boa carga, com a qual lucrou ao retornar à França. Em seu retorno à Corte, fez uma demorada exposição de quatro horas ao rei de França, Henrique II, e a Diana de Poitiers, convencendo-os das vantagens de uma colônia permanente na costa do Brasil.Em fins de 1554, o soberano ordenou, ao seu principal ministro, Gaspard de Coligny (ainda católico à época), a preparação de uma expedição sigilosa ao Brasil, cujo comando entregou a Villegagnon. Embora tenha fornecido recursos modestos (apenas 10 000 libras), os armadores de Dieppe (base do armador Jean Ango, experiente com a costa brasileira), decidiram investir