Foucault 1 De Fevereiro De 1978
Por Lays Nascimento
Inicialmente o curso de 1978 tinha suas reflexões voltadas para a noção do termo ‘população’, levando em conta a função do biopoder. Ao decorrer do curso a problemática da governamentalidade se apresenta como sendo mais relevante. Foucault inicia sua aula apontando o redirecionamento das discursões no curso e a necessidade de adequação do tema, o mesmo vai dizer que:
“No fundo, se eu quisesse ter dado ao curso que iniciei este ano um título mais exato, certamente não teria escolhido ‘segurança, território, população’. O que eu gostaria de fazer agora, se quisesse mesmo, seria uma coisa que eu chamaria de história da ‘governamentalidade’.” (p. 143).
A partir dai Foucault direciona todo seu discurso para a governamentalidade; mais especificamente sobre a forma com que a governamentalização do Estado está relacionada ao poder que ele tem. Foucault acreditava numa representação do Estado por meio de micropoderes e por meio deles o Estado mostra que seu poder não está na superestrutura, mas sim, em toda parte.
Foucault deixa clara sua concepção de governamentalidade.
“Por esta palavra, ‘governamentalidade’, entendo o conjunto constituído pelas instituições, os procedimentos, análises e reflexões, os cálculos e as táticas que permitem exercer essa forma bem específica, embora muito complexa, de poder que tem por alvo principal a população, por principal forma de saber a economia política e por instrumento técnico essencial os dispositivos de segurança. Em segundo lugar, por ‘governamentalidade’ entendo a tendência, a linha de força que, em todo o Ocidente, não parou de conduzir, e desde há muito, para a preeminência desse tipo de poder que podemos chamar de “governo” sobre todos os outros – soberania, disciplina – e que trouxe, por um lado, o desenvolvimento de toda uma série de aparelhos específicos de governo [e, por outro lado], o