Formação e desenvolvimento dos solos
Introdução
Recorre-se a conceitos de pedologia, ciência que estuda a parte superficial do solo apropriada ao desenvolvimento dos organismos animais e vegetais, para apresentar-se definição de solo que contemple os diversos aspectos que possam condicionar o comportamento geotécnico quando aplicado em obras de engenharia civil.
Os pedólogos admitem que os solos são produtos da ação conjugada de agentes do clima e da biosfera atuantes sobre a rocha matriz, de acordo com o relevo e durante determinado período de tempo. A sua formação segue um ciclo evolutivo constituído basicamente de duas fases. No início, em sua gênese, ocorrem os processos de intemperização das rochas que formam a matéria bruta da massa de solo. Na segunda fase, a pedogênese, ocorrem processos que promovem a conversão dos materiais intemperizados em solos ordenados e dispostos em camadas que diferem entre si por sua natureza física, química, mineralógica e biológica.
Segundo POLIVANOV (2000), o início do processo se dá no momento em que as rochas entram em contato com o meio ambiente e começam a sofrer transformações. As rochas e seus minerais são submetidos à ação de agentes do intemperismo com uma intensidade que é função do meio ambiente, podendo permanecer “in situ” ou serem transportados para depois depositar-se em encostas ou baixadas. É sobre este material geológico alterado e denominado material parental que se desenvolverá o verdadeiro solo.
As condições ambientais típicas de regiões de clima tropical úmido favorecem a ação dos processos pedogenéticos sobre o material parental levando à formação e desenvolvimento de perfis de solos muito profundos e que sofrem intensamente o processo de laterização. Estes solos, cujo comportamento geotécnico pode ser considerado peculiar se comparado ao comportamento de solos de países de clima temperado, são chamados de solos tropicais.