formação do professor
Um dos aspectos centrais nas lutas históricas dos movimentos de educadores em relação à formação de professores refere-se ao locus dessa formação. Na década de 1980, em meio a um contexto de reabertura política e de reorganização do campo da educação, fortaleceu-se a defesa da formação de professores em nível superior, especificamente na universidade.
Entretanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 veio estremecer o terreno que se vinha consolidando ao apresentar os Institutos Superiores de Educação (ISEs) e o Curso Normal Superior como espaços privilegiados de formação dos professores, especificamente para o magistério das séries iniciais do ensino fundamental e da educação
(art. 62 e 63).
É importante lembrar que a LDB foi elaborada no contexto do neoliberalismo, incorporando princípios caros a esse sistema, tais como flexibilidade, produtividade, eficiência e agilidade. É também nesse contexto que a educação passa a ser pensada como serviço, mercadoria, e não mais como direito. Investir na formação universitária significa maiores gastos e tempo de duração dos cursos, o que vai de encontro aos anseios neoliberais, às exigências de mecanismos internacionais.
Outro argumento apresentado para justificar a criação dos ISEs seria a distância entre a universidade e a educação básica, considerando-se que a primeira não tem proporcionado efetivas contribuições para a segunda. Se não podemos desconsiderar a relevância e a veracidade desse argumento, como nos diz Saviani (2003, p. 220), por outro lado, devemos colocar em evidência a necessidade de maior investimento nas