Formação do estado moderno
Escravidão
(Antiguidade e Modernidade)
A escravidão foi um sistema de produção econômico que esteve presente em todas as grandes civilizações até a era moderna. Ainda hoje, embora esteja banida oficialmente em todos os países, sempre que possível algum grupo econômico ou paramilitar procura empregar, clandestinamente, o trabalho forçado daqueles que não possuem nada mais do que a sua mão de obra como meio de sobrevivência. Nessa forma de sistema econômico, o corpo de uma pessoa é considerado propriedade privada de outra, que a submete à condição de coisa. Na modernidade, tal modo de submissão só pode ser comparada aos campos de concentração nazistas. No Brasil, como no Estados Unidos, os escravos foram transportados da África até a América, durante 300 anos, por portugueses, espanhóis, ingleses e holandeses. Nesse período, aproximadamente 12 milhões de africanos foram escravizados. O negócio rendoso para os traficantes de escravos contava ainda com a participação de ciganos, vendedores varejistas dos mercados de negros; dos jesuítas, que o incentivavam, uma vez que os índios não se sujeitavam ao trabalho forçado; e dos próprios negros que no continente africano aprisionavam aqueles que fossem de tribos rivais. No dia 13 de maio de 1888, a escravidão terminara oficialmente com uma “chuva” de pétalas de rosas, no Brasil –último país a decretar seu fim, por intermédio da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel (1846-1921) –, enquanto nos EUA fora preciso uma guerra civil (1861-1865) para que houvesse a abolição.
“(...) A seguinte ocorrência, que se passou comigo, impressionou-me muitíssimo mais intensamente de que qualquer história de crueldade que eu pudesse jamais ter ouvido.(...) Em companhia de um negro (...), a fim de ser compreendido, passei a falar alto e a gesticular. Devo, em algum momento, ter-lhe passado a mão próximo ao rosto, pois julgando talvez que eu estivesse irado e fosse batê-lo, deixou penderem os braços, com a fisionomia