Formaçao
Profª Ludmila Pena Fuzzi
A formação cultural Brasileira se caracteriza pela fusão de etnias e culturas, pela contínua ocupação de diferentes regiões geográficas, pela diversidade de fisionomias e paisagens e também pela multiplicidade de visões sobre a miscigenação em sentido amplo. Porém antes de nos aprofundarmos no assunto devemos considerar a questão do conceito “cultura nacional”.
De acordo com COHEN (1994), a cultura não é o exercício sui generis de um poder determinante sobre as pessoas, então ela precisa ser considerada como o produto de outra coisa: se não a replicação lógica de outros processos sociais, relações de produção, por exemplo, então a replicação lógica da interação social ela mesma.
Portanto, nossas construções etnográficas e explicações antropológicas não podem derivar o comportamento dos indivíduos a partir da premissa axiomática da cultura. É precisamente essa relação entre o individual e o coletivo que deve ser reconhecida como problemática. Para complementar, BARTH (1969), nos diz que desse modo, a análise das identidades e de seus princípios básicos de estruturação deve voltar-se antes para as condições e processos políticos e históricos da formação em si, do que para seu
“conteúdo cultural”, qualquer que seja.
Da perspectiva de uma prática etnográfica que deduz as identidades e fronteiras étnicas diretamente dos comportamentos culturais observados, as nações só podem mesmo aparecer como alvo impossível para as pesquisas de campo em antropologia.
Primeiro, porque quando se entende, por exemplo, “os brasileiros” ou “os alemães”, primordialmente, como culturas nacionais, se está produzindo um dilema empírico insolúvel, pela própria magnitude dos grupos em questão. Qualquer observação sobre “a cultura” de um desses grupos será considerada, inevitavelmente, e corretamente , uma hipersimplificação e/ou