Forma política - Hirsch
RENATO TOLLER BRAY
É professor universitário na Universidade do Estado de Minas Gerais e no IMESB (Bebedouro-SP). Doutorando em Direito Político e Econômico na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Resenhas: ZIZEK, Slavoj. Em defesa das causas perdidas. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
HIRSCH, Joachim. Teoria Materialista do Estado. Rio de Janeiro: Revan, 2010.
Em 09.11.2008 (Folha de São Paulo) Habermas, entrevistado, afirmou que “[...] a ruína da União Soviética desencadeou um triunfalismo fatal no Ocidente. A sensação de ter razão, em termos da história mundial, tem um efeito sedutor. Neste caso, inchou uma doutrina político-econômica e a tornou uma visão de mundo que penetra em todas as esferas da vida”.
Habermas tenta nos convencer quanto ao fato de que a ruína do Estado soviético produziu um esgotamento das utopias. Tragédia maior não seria “a sensação de ter razão, em termos da história mundial”, isto é, o “efeito sedutor” da propaganda ideológica do Ocidente “triunfal”, que hoje passa por uma crise econômica de proporções globais?
A visão de mundo atual segue o discurso ideológico do Ocidente (em especial os EUA) de que não existe outra opção a não ser o capitalismo, seguir a tradição do liberalismo, respeitar a “forma” democrática dos procedimentos de escolhas e de tomadas de decisões, enfim, essa visão de mundo penetra em todas as esferas.
Entretanto, o Estado neoliberal, que caminha juntamente com uma política de desregulamentação, tem sido alvo de revisão pelo próprio Estado capitalista: O governo dos EUA fez intervenções na economia e no setor privado para tentar salvar as empresas falidas, a exemplo da AIG.
O triunfalismo do ocidente prega a mensagem de que a luta contra o capitalismo é uma luta por uma “causa perdida”.
Zizek vai na contra mão discursiva, para levantar a bandeira em defesa das “causas perdidas”, para renovar as energias utópicas, enfim, para