fordismo
RESENHA DO DOCUMENTÁRIO
NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
Trata-se de um filme que traz uma ótica diferente do século XX, no qual, através de personagens anônimos são reconstruídos os grandes acontecimentos. Artistas, intelectuais, líderes políticos e religiosos são arautos da grande massa composta por pequenos nomes.
“Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos”, é um filme um tanto quanto indigesto pra quem não está espontaneamente aberto a recebê-lo (leia-se, alunos de uma faculdade de exatas, todos com sono, tendo que assistir o filme em uma salinha fechada AND quente). Pra começar, o filme tem somente uma cena filmada, que é a tomada de abertura e de finalização da película. O resto é edição. Uma edição genial do diretor, por assim dizer. A trilha sonora se adequa bem a seu propósito, e o filme é justo no seu geral.
É importante perceber, que não existe um tempo cronológico contínuo para compor o século XX no filme. O diretor faz diversas viagens através do tempo, juntando pequenos quadros que apesar de não terem uma seqüência temporal, estão em um contexto mais amplo, que os interligam.
Os sinais da modernidade são claros, e esta modernidade é reconstruída de maneira mais humana, através de personagens reais. Nesse ponto do filme, dá para enxergar um certo protesto contra a maquinização do homem. Uma forma de mostrar que apesar da sua alienação e do individualismo, ainda sim são os homens que fazem a história.
Os nomes famosos ajudam a compreender a modernidade. Picasso mostra ao mundo os absurdos e resultados da guerra, com Guernica. Freud faz uma interpretação do homem moderno. Hitler quer um mundo higienizado. Gandhi mostra o caminho para uma sociedade em paz.
O filme é, por vezes, irônico enquanto critica, como no caso do operário da Renault, que trabalhou toda a sua vida montando carros, mas morreu sem nunca ter possuído um. Ou outro personagem condenado à cadeira elétrica, mas