A Civilização grega foi uma das civilizações mais marcantes da tradição ocidental. Seu legado pode ser rastreado em muitos aspectos da nossa cultura já que utilizamos: prefixos e sufixos gregos para formar palavras; o conceito da democracia para definir a participação política de um povo no governo; os conceitos desenvolvidos por Tales de Mileto e por Pitágoras na Matemática e, finalmente, estudamos Filosofia. Afinal, que preocupações eram centrais para os Filósofos gregos? Quem são os maiores representantes da Filosofia desse povo brilhante? Antes de iniciarmos a discussão da Filosofia grega, é necessário observarmos alguns elementos importantes do processo histórico grego. O nascimento da Filosofia que representa a transição do pensamento mítico para o pensamento racional, típico dessa disciplina e está ligado ao surgimento da pólis, ou seja, a cidade-estado. O Historiador Jean Pierre Vernant1 considera que a polis é o marco inicial da invenção da cultura grega. A cidade–estado grega era marcada pela existência de uma praça central, Ágora, onde se debatiam os assuntos de interesse comum, ou seja, os assuntos públicos e onde a figura central era o cidadão. O cidadão é um participante dos destinos da cidade e goza de isonomia, ou seja, ele tem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão e sua riqueza ou posição social não trazem nenhum privilégio perante a lei. Deve-se observar, contudo, que a cidadania era privilégio de poucos indivíduos, já que camadas importantes da sociedade, como os estrangeiros, as mulheres e os escravos, não gozavam de nenhum direito. A cidade de Atenas no seu apogeu, o séc. V a.C tinha cerca de meio milhão de habitantes; contudo, somente 10% deles eram considerados capazes de exercer a cidadania e decidiam os rumos da cidade em nome de todos. 1 VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. São Paulo, Diefel, 2002. Material Teórico E a Filosofia? O nascimento da filosofia grega é marcado pela transição da cosmogonia para a noção