Foi a perda do império brasileiro um momento crucial do subdesenvolvimento português?
Pedro Lains A elevada importância do império brasileiro não é da opinião de todos os historiadores. Uns são a favor que a perda do Brasil foi crucial para o crescimento lento e tardio da indústria portuguesa, outros não. Valentim Alexandre era a favor de tal fator e oponha-se a Borges de Macedo e a Pedro Lains, que renunciavam a consequência direta na produção industrial do colapso das exportações para o Brasil. Nestes dois textos, observamos a visão de Lains e a visão de Valentim pelas críticas de Lains ao seu artigo. Deste modo, Valentim para defender a sua tese recorre a curva de exportações de produtos nacionais para o Brasil, gráfico II do texto em questão, concluindo que existe prosperidade de 1796 a 1806, que os primeiros sintomas de recessão começam em 1805 e há recessão geral em 1806-07. Para tal, ele faz uma estimativa da reta tendencial para o período 1796-1807, e quando a diferença entre os valores reais e os valores da reta tendencial é positiva então há prosperidade, e quando essa diferença é negativa há recessão. Contrariamente, Lains afirma que a sua interpretação não é válida e que a série deveria ser dividida em três secções: a primeira quando se registra uma quebra (1799-1808); a segunda é a fase de recuperação (1808-1818) e a terceira quando há novamente um declínio das exportações (1818-1831). Outra divergência é na determinação do ano do início da catástrofe. Valentim defende que esse ano é 1805 ou 1806, pois a diferença entre os valores reais e os valores da reta tendencial passaram de positivos para negativos. Lains afirma que esse ano é 1799, pois é o ponto máximo, ou seja o ponto de inflexão. Lains critica a análise de Valentim pelo fato da estimação da reta tendencial ser feita entre 1796 a 1807, num período marcado por diminuições nas exportações. Assim é claramente que os valores imediatamente ao ponto máximo (1802) será positivo pois o valor