Focault e a psicologia

628 palavras 3 páginas
Que o saber psicológico é próprio da modernidade, que é a configuração da Epistémê Moderna que irá permitir a existência e a validade do discurso psicológico, não podemos falar em Psicologia antes da modernidade.
Que a psicologia é uma "ciência" recente, que nasce quando a história natural se torna biologia, quando a análise das riquezas se torna economia e quando a gramática geral se torna lingüística, época que marca o aparecimento de novas formas de saber e um certo desaparecimento de outras formas de saber.
Que a psicologia nasce do poder disciplinar, filha da disciplina e de todo um aparato de vigilância, que seu método é o exame.
Que a psicologia surge com os tribunais familiares para prestar conta deste mundo privado, portanto não da humanização da justiça, mas antes do seu rigor.
Que a Psicologia, através do exame, vigia, registra minuciosamente todos os indivíduos, nos seus mínimos detalhes dentro da família, da escola, da fábrica, dos hospitais, nos clubes de lazer, nas suas comunidades, na prisão, enfim, em todos os lugares. Individualiza-os, compara-os, tira uma média, a qual passa a ser a norma e a qual todos têm que se adequar sob pena de serem excluídos e aí : "se correr o bicho pega se ficar o bicho come".
Que a Psicologia juntamente com outros saberes como a Psiquiatria, a Pedagogia etc, usam todo o aparato disciplinar para fabricar a alma, para estabelecer a normalidade, para fazer o indivíduo normal, para constituir e manter uma moral e fazer com que todo indivíduo se submeta a esta moral.
Que a Psicologia é um saber que torna o corpo dócil e submisso. É um saber que estar destinado a reeducar, corrigir os desvios, a vigiar os indivíduos ditos anormais e impedir que os normais se tornem anormais.
Que o saber produz poder e que o poder produz saber.
Que o dominado é cúmplice do dominador.
Que o livro "Vigiar e Punir", além de ser a história das prisões, é também uma História da Psicologia, da Pedagogia, da Criminologia e do Direito, enfim

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