Fluoretos
Inicialmente, alguns conceitos químicos devem ser esclarecidos. O flúor é o elemento mais eletronegativo da tabela periódica e raramente existe isolado. Na natureza, este se encontra sobre a forma de um íon [F-], prontamente formando sais com cálcio, cálcio-fosfato e alumínio. Por isso, é preferível o uso do termo “fluoreto” e não “flúor”, como é genericamente denominado. Assim, ao referir-se ao fluoreto (ou flúor), este termo corresponde ao íon flúor (ou fluoreto livre).
As reações químicas do fluoreto são basicamente dependentes do pH. O potencial hidrogeniônico (pH) corresponde à concentração de hidrogênio [H+] ou de hidroxila [OH-] do meio. Uma unidade a menos em pH equivale a um aumento em 10 vezes na concentração de [H-]. Quando há uma queda de pH (meio ácido) no biofilme dentário, uma parte do fluoreto reage com [H+] e forma HF (ácido fluorídrico):
Na forma de HF, o fluoreto penetra na célula bacteriana passivamente e por isso, os efeitos biológicos dos fluoretos ocorrem com mais probabilidade em um baixo pH.
Três teorias básicas para o mecanismo de ação dos fluoretos serão apresentadas:
1.fluoretos no esmalte resistente à cárie;
2.fluoretos no fluido que envolve os cristais do esmalte e dentina;
3.efeito do fluoreto na inibição da produção de ácido no biofilme dentário.
As três teorias não são simultaneamente exclusivas e diversos fatores levam a crer nesta hipótese. Um ambiente bucal completamente livre de fluoretos pode existir em teoria, mas dificilmente pode ser encontrado na prática. Como o flúor é um elemento comum na natureza, traços de fluoretos estarão presentes em dentes e no meio bucal. Consequentemente, tratamentos com fluoretos não introduzem uma nova substância, mas aumentam a concentração da mesma.
Tradicionalmente, as pesquisas odontológicas apresentam as concentrações de fluoretos em partes por milhão (ppm), o que equivale a 1 mg/L.
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