Floretan
No texto que segue, será apresentada, de forma resumida, a trajetória de Florestan Fernandes, numa espécie de biografia ou mini-currículo (cf. Freitag, 1969, 1985, 1995, 1998). Em seguida, será discutida a primeira fase da obra do autor entre 1941-1968. No início de 1969, o sociólogo em questão perdeu sua cátedra de sociologia na USP com sua "aposentadoria compulsória" pelo regime que se instaurou com o Golpe militar de 1964 e o AI-5 de 1988. Em uma segunda fase de produção (1970-1986) será comentada a obra de Fernandes em seu exílio no Canadá e seu isolamento no Brasil, em que sofreu, segundo suas próprias palavras, "um processo de desabamento de sua relação com o mundo intelectual". Numa terceira, que tem início com sua entrada no Partido dos Trabalhadores (em 1986), será comentada a obra do Constituinte e Deputado Federal, Florestan Fernandes. Finalmente, como conclusão provisória, haverá uma mediação entre o "cientista-acadêmico" da primeira fase, o "político-revolucionário" da segunda, e o "militante solitário" (petista) da terceira, buscando uma síntese dialética das várias facetas da personalidade de Florestan na figura do "intelectual", enquadrando-o na fileira de outros intelectuais da estirpe de Heinrich Heine, Jean-Paul Sartre, Jürgen Habermas, entre