Fisioterapia
O mesmo não aconteceu, a meu ver, no que concerne a função estática. Nossa morfologia, seja ela boa ou má, depende da tonicidade e da resistência fibro-elástica de músculos cuja função é predominantemente estática, e isto, independente de qualquer contração.
Esta vocação se exerce em três direções fundamentais: a ereção, que é assegurada principalmente por músculos extensores (espinhais, por exemplo); a suspensão (do tórax pelos escalenos, os intercostais etc.); e a manutenção dos segmentos ósseos no eixo, em abdução-adução, flexão-extensão e rotação.
É assim que um encurtamento dos adutores do fêmur provoca um genuvalgo, ou que um desequilíbrio de tensões recíprocas dos espinhais fixa a escoliose. Isto traduz toda a importância dos três aspectos da função estática.
A segunda originalidade da RPG é afirmar sem trégua que a fisiopatologia dos músculos da estática é a hipertonia, a rigidez e o encurtamento (exceção feita, bem entendido, às patologias neurológicas flácidas).
O papel tônico fundamental desses músculos na manutenção da nossa posição ereta, ao qual é preciso adicionar sua função contrátil nos movimentos, proíbe-os de relaxar-se, o que não acontece com os músculos dinâmicos, de atividade ocasional, como os abdominais, por exemplo.
Ora, desde sempre nossa profissão esteve obcecada pela noção de fraqueza muscular e, portanto, pela necessidade de exercícios de fortalecimento.
Não me parece lógico fazer musculação concêntrica - e assim encurtá-los ainda mais - de músculos já enrijecidos pelo exercício repetitivo de suas funções.
Entretanto, a hipertonia, a rigidez e o encurtamento são, na verdade, uma fraqueza…pois um músculo é um elástico vivo e, se ele se enrijece, a pré-tensão, que deve preceder sua contração, fica reduzida, o corpo se deforma, os movimentos são freiados.
Um músculo