Finanças

A Evolução do Ensino da Contabilidade nas Universidades Portuguesas
Artigo Publicado no Jornal Opinião Pública, 19 de Janeiro de 2009 de V. N. de Famalicão.

O presente artigo tem por finalidade analisar a evolução do ensino da contabilidade face às alterações nas competências dos profissionais de contabilidade que as instituições procuram. Para tal objectivo, este artigo está estruturado em três partes. Na primeira parte realiza-se uma breve evolução do ensino da contabilidade em Portugal ao longo dos anos, para posteriormente serem analisadas as características que as instituições procuram nos profissionais de contabilidade. Na última parte deixa-se alguns contributos para melhorar a qualidade do ensino face às necessidades das instituições. Embora a Contabilidade enquanto ciência, reconheça vários ramos, no presente artigo opta-se por falar da contabilidade como um todo sem distinção.

Os registos documentais envidênciam que o ensino da contabilidade em Portugal remonta ao tempo de D. José I, com efeito, foi criado pelo Marquês de Pombal em Maio de 1759 “Aula de Comércio” em Lisboa. Esta escola, contribuiu, através dos profissionais que formou, quer para o desenvolvimento do comércio e do mercantilismo em Portugal, quer para a organização das Finanças Públicas. No Porto, a primeira Escola de Comércio apareceu em 1803 com a criação da Academia Real da Marinha e do Comércio do Porto. A reforma do ensino em 1837, as Academias, de Lisboa e Porto, foram transformados em Academias Politécnicas. Após a implantação da Republica, com a Reforma de Azevedo Neves, em 1918, o ensino da Contabilidade passa a ser ministrado nos Institutos Comerciais de Lisboa e Porto. Em 1970 é criado em Coimbra o curso de Contabilidade. Com o Decreto-lei n.º 313/75, os Institutos Comerciais (Lisboa, Porto e Coimbra) passaram para a dependência da Direcção Geral do Ensino Superior. Mais tarde, com a entrada em vigor do Decreto-lei n.º 327/76 os Institutos Comerciais dão lugar a