Financeiro
O desafio dos países latino-americanos é evidente: compatibilizar a integração na economia mundial com a integração social. Nem o mercado nem o Estado são capazes, por si só, de compatibilizar as exigências do desenvolvimento socioeconômico e as condições para uma consolidação democrática e tampouco existe uma divisão de funções que atribua ao Estado a integração nacional e ao mercado a inserção internacional. Essa inserção enquanto sistema não pode ser assegurada pelo mercado, ela requer medidas de fomento que não são rentáveis individualmente, e medidas de regulação que dependem da iniciativa estatal.
Se o mercado é um motor insuficiente para a inserção econômica internacional, é um mecanismo ainda mais limitado em relação à integração social. Por certo, um mercado estabelecido opera como um elemento de integração sistêmica; mas no curto prazo o desenvolvimento de uma economia de mercado incrementa as desigualdades sociais.
O desenvolvimento desigual é resultado inevitável do livre mercado. Quando existe não apenas a escassez, mas a miséria, as leis do mercado tornam-se inoperantes. Com efeito, a racionalidade do mercado supõe a igualdade de oportunidades para competir, mas o próprio mercado não gera esse pressuposto. Por conseguinte, a própria dinâmica do mercado exige corretivos externos para evitar que a iniquidade se petrifique e tenha efeitos intergeracionais.
A América Latina tem características próprias que podem nortear a identificação das bases de seu crescimento. Embora, sem dúvida, existam grandes diferenças entre os países, a região como um todo tem três características importantes que a tornam peculiar. A primeira é de natureza econômica: a América Latina é a região em desenvolvimento com a