Filosofia e Cristianismo
“O amor de si levado até o desprezo de Deus gera a cidade terrena; o amor de Deus levado até o desprezo de si gera a cidade celeste”. (Santo Agostinho)
O Pensamento Filosófico que se foi produzido durante a Idade Média está conectado intimamente, em suas origens à expansão do cristianismo. Os grandes representantes do pensamento medieval foram cristãos fervorosos que, diante da nova realidade que se delineou ao final da antiguidade, procuraram conciliar os métodos filosóficos dos gregos aos ensinamentos da fé cristã, para refletir sobre o mundo e o ser humano dentro de uma perspectiva Teocêntrica.
Houve dois motivos que levaram os pregadores cristãos a retomar a filosofia grega para investigar o cristianismo. O primeiro motivo está diretamente relacionado à expansão da fé, a Evangelização. Em regiões onde prevaleciam crenças politeístas, era preciso utilizar-se de outros meios para pregar. O pensamento grego havia se espalhado por uma vasta região, a partir do domínio macedônio, penetração que se tornou ainda maior com a expansão romana. Alguns pensadores procuraram formular os ensinamentos de sua religião em termos filosóficos, a fim de que outros povos pudessem compreendê-los e, persuadidos, converteram-se ao cristianismo.
O segundo motivo pelo qual o cristianismo rapidamente se associou à filosofia foi a necessidade de organizar os ensinamentos cristãos, de reunir os fatos e conceitos cristãos sob a forma de uma nova doutrina e elaborar uma teologia rigorosa que explicasse os motivos por que Deus se mostrou aos homens através de Jesus de Nazaré. A filosofia grega, mais uma vez, foi o instrumento escolhido para esse empreendimento, pois apresenta um método de pensamento consistente, que permite investigar a fundo o espírito humano (a Inteligência, os sentimentos e a vontade) e a realidade exterior ao homem (o universo, os seres da natureza, os objetos).
Assim, a filosofia dos primeiros séculos da Idade Média é quase inseparável