Filosofia Medieval e o Cristianismo
Em meio ao esfacelamento do Império, decorrente, em grande parte, das invasões germânicas, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição social, consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando, também, muitos elementos da cultura greco- romana. Apoiada em sua crescente influencia religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval. Desempenhou a função de conciliadora das elites dominantes, contornando os problemas das rivalidades internas da nobreza feudal. Conquistou, também, vasta riqueza material: tornou-se dona de aproximadamente um terço das áreas cultiváveis da Europa ocidental.
No plano cultural, a Igreja exerceu ampla influência, traçando um quadro intelectual em que a fé cristã era o pré-suposto da vida espiritual.
Consistia na crença irrestrita ou na adesão incondicional às verdades reveladas por Deus aos homens. Verdades expressas nas Sagradas Escrituras (Bíblia) e interpretadas segundo a autoridade da Igreja.
De acordo com a doutrina católica a fé representava a fonte mais elevada das verdades reveladas – Afirmava Santo Ambrósio (340-397, aproximadamente): Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo.
Toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Os filósofos não precisavam se dedicar à busca da verdade, pois ela já havia sido revelada por Deus aos homens. Restava-lhes, demonstrar racionalmente as verdades da fé.
Religiosos desprezavam a filosofia grega, sobretudo porque viam nessa forma pagã de pensamento uma porta aberta para o pecado, a dúvida, o descaminho e a heresia.
Por outro lado, surgiram pensadores cristãos que defendiam o conhecimento da filosofia grega, sentindo a possibilidade de utiliza-la como instrumento a serviço do cristianismo. O objetivo era convencer os descrentes, pela razão para depois faze-los aceitar a imensidão