filosofia psicologia
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A noção de ideologia veio mostrar que as teorias e os sistemas filosóficos ou científicos, aparentemente rigorosos e verdadeiros, escondiam a realidade social, econômica e política, e que a razão, em lugar de ser a busca e o conhecimento da verdade, poderia ser um poderoso instrumento de dissimulação da realidade, a serviço da exploração e da dominação dos homens sobre seus semelhantes. A razão seria um instrumento da falsificação da realidade e de produção de ilusões pelas quais uma parte do gênero humano se deixa oprimir pela outra.
A noção de inconsciente, por sua vez, revelou que a razão é muit O menos poderosa do que a Filosofia imaginava, pois nIossa consiciência é, em grande parte:,dirigida e control:ida
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por forças profundas e desconneciaas que permanecem inconscientes e jamais se tomarão plenamente conscientes e racionais. A razão e a loucura fazem parte de nossa estrutura menvez tal e de nossas vidas e, n~uitas es, como por exemplo no ft:nomeno do nazisn10, a razão é louca e d e s t r tiva. u .~
Fatos como esses - as descobertas na física, na lógica, na antropologia, na história, na psicanálise - levaram o filósofo francês
Merleau-Ponty a dizer que uma das tarefas mais importantes da Filosofia contemporânea deveria ser a de encontrar uma nova idéia da razão, uma razão alargada, na qual pudessem entrar os princípios da racionalidade definidos por outras culturas e encontrados pelas descobertas científicas.
Esse alargamento é duplamente necessário e importante. Em primeiro lugar, porque ele exprime a luta contra o colonialismo e contra o etnocentrismo - isto é, contra a visão de que a "nossa" razão e a "nossa" cultura são superiores e melhores do que as dos outros povos. Em segundo lugar, porque a razão estaria destinada ao fracasso se não fosse capaz de oferecer para si mesma novos princípios exigidos pelo seu próprio trabalho racional de conhecimento. I
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A atividade