Filosofia Política
O mundo da antiguidade clássica grega era regido pela filosofia que, pela autoridade alcançada, dispunha de vários argumentos sobre o logos, o cosmo, a vida, a justiça, o sumo bem etc. Que importância davam à filosofia política? Vejamos alguns de seus enfoques. A palavra, entre os filósofos gregos, assume papel determinante. Ela enuncia um projeto, critica, denuncia alguém, reforça a autoridade, suscita boatos ou favorece manipulações. A palavra constitui um verdadeiro logos, ou seja, a capacidade de expressar com exatidão a verdade e a justiça. Nesse sentido, combatiam a doxa (opinião) e a retórica, sempre que se usava a palavra para persuadir e enganar os ignorantes. A palavra política deve situar-se na conjunção da doxa e da verdade. Em política, doxa em excesso mata a Cidade, mas uma verdade isolada separa radicalmente os cidadãos entre si, e o dirigente do povo. Para os gregos da antiguidade, a Cidade não era uma palavra qualquer. Ela representava o ponto de convergência de todo o relacionamento humano. A vida política – politéia, vida da Cidade era muito diferente da de hoje, pois concebiam-na como Cidade-Estado. Nesse sentido, tudo se direcionava para a Cidade. O político, nestas circunstâncias, é o homem capacitado a conduzir as pessoas dentro da Cidade, porém, para fazê-lo com segurança e equilíbrio, deveria ser ensinado por um filósofo, pessoa mais conhecedora do sumo bem. Platão foi um dos expoentes da filosofia política clássica. Em seu livro República retrata a imagem de um Estado ideal. Para ele, a Cidade deveria ser conduzida pelo filósofo, o único ser capaz de orientar a ação humana para alcançar o Bem-Um. Em sua utopia, divide a sociedade em três classes: filósofos, soldados e escravos. Os escravos deveriam trabalhar, o soldados defender a Cidade e aos filósofos cabia o papel relevante de organizar, conduzir os negócios do Estado. Aristóteles, outro grande pensador da Grécia antiga, disse que a Cidade