Filosofia critica
A Atitude Crítica e A Atitude Filosófica
Não é a barba que faz o filósofo.
Thomas Fuller
No Mito da Caverna, criado por Platão, o primeiro liberto, aquele que decidiu sair da caverna e conhecer/enfrentar o mundo, utilizou-se de uma postura evidente: a atitude crítica. A rebeldia aliada à vontade de saber mais levou aquele homem a um lugar nunca antes visto: o mundo real. Tal atitude está presente na vida dos pensadores, cientistas, intelectuais e filósofos – tendo eles diploma ou não. É, portanto, a adoção de tal postura a responsável por nosso avanço intelectual, seja individual ou na vida em sociedade. O que estamos a dizer é que essa atitude é característica humana, sendo necessário apenas ter vontade para isso. Em uma fórmula geral, podemos dizer que a atitude crítica, parte intrínseca do que chamamos de atitude filosófica, se distingue em dois movimentos: o negativo e o positivo.
Precisamos, antes de desenvolver esse tema, desconstruir a ideia que a maioria das pessoas tem do significado da palavra crítica. Muitas vezes a tomamos por uma resposta ruim ao que realizamos ou como tentativa de nos inferiorizar diante de um evento ou de outras pessoas. Contudo, a palavra crítica tem origem no grego krinein, que está ligado à ideia de ir à raiz do problema para tentar entendê-lo, ou seja, realizar uma análise. Krinein significa capacidade de separar para distinguir, capacidade de entender, estudar, examinar e ainda outros sentidos que nos servem construtivamente: capacidade de julgar, decidir, escolher, isso tudo sem pré-juízos, sem preconceitos. A atitude crítica exige, portanto, o trabalho de estudar, de procurar saber. Em um primeiro momento, devemos negar os conhecimentos impostos ou que consideramos serem estabelecidos, prontos, que não devem ser contestados. Esse movimento necessita uma avaliação interior que reconheça nossos preconceitos e pré-julgamentos dos eventos e pessoas que nos cercam. Por isso dizemos que esse é o movimento