Filosofia - Atividade 2
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Leia este fragmento do livro Críton, de Platão, mencionado na aula 1:
(SÓCRATES) — Se chegado o momento de nossa fuga, ou como o queres chamar, nossa saída, as leis da República, apresentando-se a nós nos dissessem: “— Sócrates, o que vais fazer? Levar teu projeto adiante não implica em destruir-nos completamente, uma vez que de ti dependem as leis da República e as de todo o Estado? Acreditas que um Estado pode subsistir quando as sentenças legais nele não tem força e, o que é mais grave, quando os indivíduos as desprezam e destroem?” Diremos por acaso que a República foi injusta e nos julgou mal? É isso que responderemos?
(CRÍTON) — Sim, Sócrates, é o que lhes diremos.
(SÓCRATES) — E a isso responderão as leis: “Não convencionamos, ó Sócrates, que te submeterias ao juízo da República? Responda-nos, uma vez que estás habituado a discutir por perguntas e respostas. Diga-nos as queixas que tens contra a República e contra nós, para que ajas de modo a tudo fazer para nos destruir. Em primeiro lugar, deve-nos a vida, uma vez que as leis casaram teu pai com aquela que te deu à luz. Que reparos tens a fazer nas leis que estabelecemos acerca do matrimônio?
— Nenhum, lhes responderei.
— E quanto às que se referem à alimentação e educação dos filhos às quais deves tua educação? Não te parece justo que tenham ordenado a teu pai que te educasse em todos os exercícios da inteligência e do corpo?
— Com muita justiça, responderei.
— E então, depois de dever-nos o nascimento, o sustento e a educação terás o atrevimento de sustentar que não és nosso filho e servidor, da mesma forma que teus pais? (...) Que responderemos a isto, Críton? Reconheceremos por acaso há verdade no que dizem as leis?
(CRÍTON) — Acredito que tenhas razão.
(SÓCRATES) — Vês então, ó Sócrates, continuariam as leis a dizer, que, se temos razão, o que intentas contra nós, é injusto. Contra nós que te permitimos nascer, te sustentamos, educamos e, finalmente, como a