Filosofia antiga

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3.3.3. Empédocles de Agrigento (495-455?)
Empédocles de Agrigento foi político, médico e dramaturgo. Trata-se de um autor peculiar pelo tipo de especulações que teve, pois não foram só de cariz cosmológico, como veremos mais adiante. Alguns relatos apontam que poderá ter sido admirador de Parménides de Eleia e da Escola Pitagórica.
Chegaram-nos apenas alguns fragmentos de dois dos seus poemas, chamados Da Natureza e Purificações e cuja ordem constitutiva é difícil de determinar. Apesar desta dificuldade e aliada à incerteza da sua origem, estes fragmentos, considerados os mais importantes dos filósofos pré-socráticos, oferecem-nos um vislumbre importante do sistema filosófico de Empédocles.
Quanto à sua cosmologia, patente no poema Da Natureza, Empédocles partilha da ideia de Parménides, na qual o Ser não podia nascer nem morrer. Contudo, afirma que existe uma aparência de nascimento e morte. O Ser nunca deixa de existir e, tanto o nascimento, como a morte, são fruto da combinação e desagregação dos elementos. Completando este aspecto, Empédocles de Agrigento afirma que não existe geração a partir daquilo que não existe, isto é, a realidade não vem do nada. Para além disso, a pluralidade não vem da unidade original, pois esta nunca existiu.
Em vez dessa unidade original, existem quatro substâncias eternamente distintas, denominadas pelo filósofo como as quatro raízes de todas coisas, tal como vem referido no fragmento 12 de Aristóteles1. Estas quatro raízes seriam o Fogo (Zeus), o Ar (Hera), Terra (Edoneu) e Água (Néstis). Eram animadas por duas forças opostas: o Amor e a Discórdia. Seria através da luta entre estas duas forças que se daria a génese das espécies. Deparamo-nos assim com uma visão pluralista, contrária à visão monista de Parménides de Eleia.
Tomando o que foi dito no parágrafo anterior, Empédocles de Agrigento, segundo o fragmento de Écio, apresenta-nos um princípio evolutivo de um mundo em constante transformação, no qual a evolução das

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