filosofia anarquista
Embora Gerard Winstanley (The New Law of Righteousness, 1649) e William Godwin (Enquiry Concerning Political Justice, 1793) tenham sido os pioneiros na exposição da filosofia do anarquismo nos séculos 17 e 18, foi apenas na segunda metade do século 19 que o anarquismo emergiu como uma teoria coerente, com uma sistemática e um programa desenvolvido. Este trabalho foi iniciado primeiramente por quatro pessoas -- um alemão, Max Stirner (1806-1856), um francês, Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), e dois russos, Michael Bakunin (1814-1876) e Peter Kropotkin (1842-1921). Eles captaram ideias que circulavam entre os trabalhadores e as expressaram na forma escrita.
Nascido na atmosfera da filosofia romantica alemã, o anarquismo de Stirner (especialmente em The Ego and Its Own) manifestou-se em uma forma extremada de individualismo, ou egoísmo, que colocava a unicidade individual acima de todas as coisas -- estado, propriedade, lei ou obediencia. Suas idéias se constituiram na pedra angular do anarquismo. Stirner atacou tanto o capitalismo como o estado socialista, sendo-lhe atribuido a fundação tanto do comunismo quanto do anarco-individualismo pelas suas críticas egoísticas ao capitalismo e ao estado que o apoia.
No lugar do capitalismo, Max Stirner propunha a "união dos egoístas", associações de indivíduos únicos que cooperavam como iguais de forma a maximizar sua liberdade e satisfazer seus desejos (incluindo os emocionais como a solidariedade, ou "interelacionados" como Stirner os chamava).
O individualismo por definição não sugere nenhum programa concreto de mudança das condições sociais. Pierre-Joseph Proudhon foi o primeiro a qualificar abertamente a si mesmo como anarquista. Suas teorias como mutualismo e federalismo exerceram um profundo efeito no crescimento do anarquismo como um movimento de massa mostrando claramente como o mundo anarquista poderia funcionar e ser coordenado. As ideias de Proudhon expõem as bases imediatas tanto para o