ficção e imagem na política

537 palavras 3 páginas
Imagem, realidade e jogos políticos

Rafael Campos

A política com suas manobras excelentes e eloquentes se beneficiam de braços abertos das benesses trazidas pelo mundo do simulacro que hoje assume o lugar da “realidade” no mundo ocidental principalmente pós década de 1950 graças aos poderes da mídia e da tecnologia. A partir daí o mundo gira em torno desse refluxo, que sempre retorna de maneira igual, porém peculiar a cada contexto.
Se o simulacro assume o lugar do real, isto é desejável, não se impõe de maneira tirana. A começar por nós mesmos: desejamos nos representar da melhor maneira diante da pausa para fotografia: melhores roupas, melhores tons de maquiagem, melhores amigos (mais bonitos, mais brancos, mais ricos, mais influentes, mais importantes). Queremos nos mostrar como desejamos ser e não como somos de fato.
A cultura midiática é da aparência: não importa se é efêmera, o que importa é que funcione, cause sensações. A realidade é manobrada: impomos a construção elaborada a partir dos recursos dos softwares para os nossos interlocutores. O real se dissolve. Mas o que seria o real? Engendrar por essa discussão talvez não ajude muito, mas podemos nos apoiar numa possível definição e afirmar que a realidade é o que existe de fato. O leitor indagaria: “mas a representação e o simulacro também não existem de fato?”. Chegaríamos, portanto há uma imposição da sociedade americanizada/ocidentalizada: o simulacro é mais real, melhor adaptável e mais lúcido. Ninguém deseja o real, o herói com rugas, feio, que defeca na privada como você. Desejamos o sorriso belo, o rosto sem espinhas, o beijo da novela que mesmo pela manhã não traz em si mau hálito.
Somos herdeiros da tradição da visão: herdeiros de Tomé, discípulos do método científico. É ver para crer. Ai de quem for contra. E andando em direção da maré, está a representação política local (num contexto nosso muito particular, claro). Do que vive um parlamentar? De sua imagem. O que é mais preferível,

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