A cultura do espelho em telejornais e telenovelas
Natália Alcantara
Resumo
A televisão é um dos meios de comunicação que mais encanta o homem. Por apresentar uma série de imagens em movimento cria um campo de força do desejo de ver e ser visto. Esse vínculo ocorre porque dá a sensação ao telespectador de que a ficção imita a realidade, como se fosse um espelho. O que causa esse efeito é a maneira com que é feita a linguagem dos programas sendo sempre centrada na repetição da estrutura, seja em um telejornal ou em uma telenovela.
Desenvolvimento
Por ser feita de imagens, a televisão acaba sendo considerada como um meio de comunicação mais confiável. E é nesse contexto que muitas vezes a realidade e a ficção se confundem na visão do telespectador. Isso porque a linguagem utilizada para a divulgação de informações, programas ficcionais e espetaculares, e publicidade são constantes e muito parecidas.
Segundo a psicanalista Maria Rita Hehl (1995 p.172) é por haver essa linguagem repetitiva em diversos produtos da televisão que os níveis de discursos se confundem. A similaridade do discurso televisivo acaba sendo parte do imaginário daquele que vê, o que permite com que seja criada uma relação do sujeito com o real, onde há a fusão da imagem televisiva com os conteúdos dos discursos regidos pela realização dos desejos. A partir daí fica clara a fala de Adauto Novaes quando afirma que ao produzir um programa de televisão seus autores costumam trabalhar em cima das emoções do telespectador.
Desse modo pode-se concordar com a autora B. Sarlo ao dizer que “a sociedade vive em estado de televisão”. E nesse instante, cria-se a cultura do espelho, quando “a televisão (...) reflete seu público e nele se reflete”. E a imagem que está sendo refletida por mais que seja superficial, acaba sendo admirada e desejada por muitos. Isso torna ainda mais difícil distinguir o que é real daquilo que é ilusão.
É possível explicar essa situação através do texto clássico