Fichamento "O Narrador" - Walter Benjamin
Professora Marli Fantini
Teoria da Literatura I M1
16, Setembro de 2014
O Narrador – Walter Benjamin
1
O narrador não está de fato presente entre nós. Por mais íntimo que seja seu nome, ele é um tanto remoto. São cada vez mais escassas as pessoas que sabem narrar corretamente. Quando, em um grupo, é solicitado que alguém narre alguma coisa, ocorre uma sensação de timidez como se estivéssemos excluídos de uma capacidade que parecia garantida. A capacidade de trocar experiências.
2
A vivência transmitida de pessoa pra pessoa é a fonte em que apelam todos os narradores. Existem dois grupos que se intercalam de diversas formas e a figura do narrador só se torna sensível se estiverem presentes esses dois grupos. “Quem viaja tem muito que contar.” Se imagina o narrador como alguém que vem de longe mas também ouvimos com deleite o homem que ganhou sua vida de forma honesta dentro de seu país e que conhece suas tradições.
3
Leskov iniciou tarde, com seus 29 anos, a escrever, ou seja, depois de suas viagens. Seus contos foram antecedidos por um conjunto de escritos sobre a classe operária, alcoolismo, médicos, política e sobre vendedores desempregados.
4
O senso prático é um dos atributos de muitos narradores natos. A natureza da verdadeira narrativa tem sempre em si uma magnitude utilitária podendo incidir em um ensinamento moral, em uma sugestão, num provérbio ou norma de vida. Em suma, o narrador é alguém que sabe dar conselhos.
A arte de narrar está se acabando pois a sabedoria, o lado épico da verdade, está sendo extinto.
5
O primeiro sinal da evolução que vai chegar na morte da narrativa é o surgimento do romance no inicio da idade moderna. O que distingue o romance da narrativa é que o romance está fundamentalmente preso ao livro. E o que distingue o romance de o todas as outras formas de prosa – contos de fada, lendas, novelas – é que o romance não deriva da tradição oral e não a mantém. Essencialmente na narrativa, o