Fichamento: PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte, Autêntica, 2003.
Isaias Martins de Souza
Imaginar é ausentar-se, é lançar-se a uma vida nova.
Gaston Bachelard
Fichamento: PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte, Autêntica, 2003.
CAPÍTULO I (p. 7 a p. 17)
Clio e a grande virada da História
- De fisionomia serena, olhar franco, beleza incomparável, com o estilete da escrita e a trombeta da fama, Clio, a musa da História, se destaca no Monte Parnaso.
- Talvez até Clio superasse Mnemósine, a Memória, sua mãe, uma vez que fixava em narrativa aquilo que cantava e tinha também a trombeta da fama que conferia notoriedade ao que celebrava.
- Por assinalar o que deve ser lembrado e celebrado, Clio foi eleita, no tempo dos homens, a rainha das ciências.
- Nos dias atuais crê-se que o aspecto mais recente difundido de Clio seja aquele chamado História Cultural.
- Cerca de 80% da produção historiográfica nacional diz respeito, hoje, à História Cultural, nas mais variadas formas de publicação. Essa constatação data a partir dos anos 90 do último século no Brasil.
- Os sintomas dessa mudança talvez possam ser situados nos anos 1970, quando insinua-se a crise dos paradigmas explicativos da realidade, ocasionando rupturas epistemológicas profundas que abalam os marcos conceituais dominantes da História.
- Pode-se falar em: esgotamento de modelos e de um regime de verdades e de explicação globalizantes, com aspiração à totalidade, ou mesmo de um fim para as certezas normativas de análise da história.
- Os modelos vigentes de análise não davam mais conta, diante da diversidade social, das novas modalidades de fazer política, das renovadas surpresas e estratégias da economia mundial e, sobretudo da cultura, ou dos meios de comunicação em massa.
- Havia até então posturas condenadas e matizes de interpretação que foram denunciadas como não mais satisfatórias para explicar o real.
- A princípio foram criticadas duas posturas de interpretação