Fichamento A (Des) Construção do Caos
Sergio Kon e Fábio Duarte
Introdução
As sociedades humanas despertam no indivíduo o gosto pelo poder, pela riqueza e pelo privilégio, criando barreiras sociais pautadas pelo preconceito ou pela segregação em um ambiente em que alguns mandam e outros se submetem e obedecem.
Em São Paulo, as esferas pública e privada se misturam e se confundem, deixando milhões de pessoas à margem da sociedade organizada, à serviço de um pequeno grupo de privilegiados, e alijados de uma vida mais plena e confortável.
1º Serás um cidadão solidário; darás valor aos interesses coletivos; será sensível às necessidades de seus semelhantes.
O robusto desenvolvimento industrial a partir da terceira década do século XX trouxe à aprazível cidade investimentos massivos e grandes levas de migrantes e imigrantes, gerando um ciclo violento de expansão econômica e urbana.
Os agentes econômicos e políticos, focados no capital, não deram atenção ao controle e à organização da explosão da mancha física da cidade.
Sendo o capital e não o homem o centro de referência doa agentes públicos e privados, a falta de uma infraestrutura urbana sólida e racionalmente elaborada juntou-se o aumento do consumo e da especulação da propriedade em solo urbano em um território que precisava abrigar uma população que crescia vertiginosamente e que demandava uma expansão massiva do comércio e dos serviços.
Ao caos estabelecido sucedeu-se o colapso gradual de infraestrutura urbana, seja pela grande concentração dos serviços no centro pelo aumento desordenado das periferias, pela favelização das áreas depreciadas; seja pelo envelhecimento das redes de saneamento e serviços existentes; seja peça ausência de políticas de saneamento básico para as regiões periféricas.
3º Não vilipendiarás o espaço público.
O aparheid social não é um privilégio exclusivo da metrópole, mas é onde ele se manifesta com maior clareza e contundência.
O apatheid reflete no comportamento do cidadão comum,