Fichamento Vernant
Texto: As Origens do Pensamento Grego, capítulo 4.
Autor: Jean-Pierre Vernant.
UFF, Relações Internacionais, Primeiro Período, 2014.
Página 34:
“O que implica o sistema de polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos de poder. Torna-se o instrumento político por excelência, a chave de toda a autoridade no Estado, o meio de comando e de domínio sobre outrem.”
Página 34~35:
“A palavra não é mais o termo ritual, a fórmula justa, mas o debate contraditório, a discussão, a argumentação. Supõe um público ao qual ela se dirige como a um juiz que decide em última instância, de mãos erguidas, entre os dois partidos que lhe são apresentados; é essa escolha puramente humana que mede a força de persuasão respectiva dos dois discursos, assegurando a vitória de um dos oradores sobre seu adversário.”
Página 35:
“Entre a política e o logos, há assim uma relação estreita, vínculo recíproco.”
“Historicamente, são a retórica e a sofística que, pela análise que empreendem das formas de discurso como instrumento de vitória nas lutas da assembléia e do tribunal, (…).”
“Uma segunda característica da pólis é o cunho de plena publicidade dada às manifestações mais importantes da vida social. Pode-se mesmo dizer que a pólis existe apenas na medida em que se distinguiu um domínio público, nos dois sentidos diferentes mas solidários do termo: um setor de interesse comum opondo-se aos assuntos privados; práticas abestas, estabelecidas em pleno dia, opondo-se a processos secretos.”
Página 36:
“A lei da pólis, por oposição ao poder absoluto do monarca, exige que umas e outras sejam igualmente submetidas à “prestação de contas”, (…). Já não se impõem pela força de um prestígio pessoal ou religioso; devem mostrar sua retidão por processos de ordem dialética.”
“Era a palavra que formava, no quadro da cidade, o instrumento da vida política; é escrita que