As origens do pensamento grego
O poder da palavra Uma das características principais da polis era o uso e a importância da palavra. Discussões e debates políticos eram concluídos devido a arte simples da oratória. A linguagem, graças à palavra, se tornava mais consciente de si mesma. A palavra era, assim, usada mais para as argumentações e não era mais um termo ritual, uma fórmula justa, como era antigamente. Argumentações essas que foram contextualizadas de dois tipos clássicos argumentativos: a retórica e a sofística. A retórica é uma técnica de persuasão, uma forma de argumentação que tenta ao máximo pôr uma lógica do verdadeiro em debate. Já a sofística é caracterizada pela argumentação a partir da lógica do verossímil, do provável. Eram duas vias comumente usadas nas assembleias da época e que serviram futuramente para pesquisas aristotélicas.
Publicidade, leis e a relação político-religiosa Outra característica importante da polis é o cunho de plena publicidade dada às manifestações da vida social e política da época. Essa publicidade proporcionava a todos participar da vida política da comunidade e também respeitar o conjuntos de condutas, normas, processos e conhecimentos aos quais a sociedade estava submetida. Nessa publicidade a escrita acaba se tornando uma ferramenta de enorme importância. Ela servirá para a divulgação de conhecimentos previamente ditos e reservados. Assim, tanto a palavra como a escrita se tornam direitos e bens comuns de todos os cidadãos das polis. As leis não são mais submetidas ao ''dizer'' dos basileis e sim a um consenso social discutido na assembleia. Diferentemente de um contexto de uma época anterior a das polis onde a arbitrariedade dos soberanos para com as leis era bastante notável, elas ainda possuíam um valor ideal e sagrado, porém se caracterizavam, agora, como uma regra comum, uma norma racional e sujeita à discussão. Ainda que a verdade do sábio fosse uma realidade superior que transcendia a comum