Fichamento - Os estudos culturais britânicos e seu legado
Os estudos culturais britânicos surgiram nos anos 1960 como um projeto da abordagem da cultura a partir de perspectivas críticas e multidisciplinares que foi instituído na Inglaterra pelo Birmingham Centre for Contemporary Cultural Studies e outros.
Os estudos culturais britânicos situam a cultura no âmbito de uma teoria da produção e reprodução social, especificando os modos como as formas culturais serviam para aumentar a dominação social ou para possibilitar a resistência e a luta contra a dominação. A sociedade é concebida como um conjunto hierárquico e antagonista de relações sociais caracterizadas pela opressão das classes, sexos, raças, etnias e estratos nacionais subalternos. Os estudos culturais baseiam-se no modelo gramsciano de hegemonia e contra-hegemonia.
Para Gramsci, as sociedades mantêm estabilidade por meio de uma combinação de força e hegemonia, em que algumas instituições e grupo exercem violentamente o poder para conservar intactas as fronteiras sociais, enquanto outras instituições servem para induzir a aceitação à ordem dominante, estabelecendo a hegemonia, ou domínio ideológico de determinado tipo de ordem social.
As lutas focalizadas pelos estudos culturais críticos são contra a dominação e a subordinação. O que estamos preocupados em desenvolver não é qualquer resistência, mas sim a luta contra a dominação e contra as relações estruturais de desigualdade e opressão ressaltadas pelos estudos culturais críticos. Portanto esses estudos situam a cultura num contexto sócio-histórico no qual esta promove dominação ou resistência, e critica as formas de cultura que fomentam a subordinação.
Os discursos culturais podem ser distinguidos dos discursos e das teorias idealistas, textualistas e extremistas que só reconhecem as formas linguísticas como constituintes da cultura e da subjetividade. Os estudos culturais, ao contrário, são materialistas porque se atêm às origens e aos