Fichamento GESSER, Audrei. LIBRAS? Que língua é essa?: Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola, 2009.
- Essa história de dizer que o surdo não fala, que é mudo, está errada. – p. 45
- O intérprete é a ‘voz’ do surdo? / O surdo vive no silêncio absoluto? – p. 47
- [...] quando está em uma comunidade com/entre surdos, e se todos estão usando sinais ao mesmo tempo, tem a sensação de “barulho” muito grande, final, diz ele, “ouço com os olhos”[...] – p. 48
- Oralizar é sinônimo de negação da língua dos surdos. É sinônimo de correção, de imposição de treinos exaustivos, repetitivos e mecânicos da fala. – p.50
- Há um grande mal estar impregnado na palavra oralização. – p. 51
- “o surdo tem uma identidade e uma cultura própria” – p. 53
- “os professores ouvintes de crianças surdas é que precisam saber libras para educá-las” – p. 60
Muitas vezes, a LIBRAS não é reconhecida como uma língua por não possuir o mesmo prestígio de outras línguas oralizadas, sendo muitas vezes deixada de lado, obrigando o surdo a se oralizar e aprender a língua portuguesa. Contra este pensamento, a autora cria caminhos para reflexão da relação entre os surdos e ouvintes.
No Brasil, os surdos normalmente recorrem a escolas especiais e não é incomum que, a aqueles que não o façam, seja forçada a oralização.
No geral, acredita-se que o surdo não fala porque não ouve, além da crença de que ele tem dificuldade em escrever por não saber falar ou por não escutar. Contudo, as políticas de ensino especializado ainda são muito fracas diante da necessidade da comunidade surda. Além disso, essa “necessidade” de oralizar o surdo traz tremendo desconforto para a comunidade surda, uma vez que este muitas vezes não deseja se oralizar para satisfazer os padrões sociais dos demais. Isso pode ainda trazer um certo desinteresse pela língua escrita, uma vez que ela é também a língua oralizada.
Existe também uma grande rejeição ao termo