Fichamento do Livro "Para uma Geografia crítica na escola"
Campus Pantanal
Curso De Geografia
Abril de 2014
Edson Rodrigo dos S. da Silva
Fichamento: “Para uma Geografia crítica na escola”
VESENTINI, J. W. Para uma Geografia crítica na escola. São Paulo: Editora do autor, 2008. p. 9 - 105
As relações da geografia com o ensino são íntimas e inextricáveis, embora pouco perscrutadas tanto pelos geógrafos como pelos estudiosos da questão escolar. A chamada "escolarização da sociedade", ou expansão notável do ensino público, dá-se a partir do desenvolvimento do capitalismo, do grande impulso da industrialização original, urbanização e concentração populacional nas cidades. (9)
"Tal sistema [o escolar] contribui de maneira insubstituível para perpetuar a estrutura das relações de classe e ao mesmo tempo para legitimá-la ao dissimular que as hierarquias escolares que ele produz reproduzem hierarquias sociais"(P. Bordieu; J. C. Passeron, 1975). Em outros termos, a burguesia, que durante muito tempo combateu os privilégios do clero e dos senhores feudais, ridicularizando sua "origem divina", teve que criar uma nova forma de legitimidade: o estudo, o mérito escolar, o diploma. (10)
A escola não produz, mas apenas reproduz as desigualdades sociais; mas sua função ideológica parece ser bem mais eficaz que as formas anteriores de legitimar privilégios de estamentos ou ordens. E, além disso, a escola contribui para a reprodução do capital: habitua os alunos à disciplina necessária ao trabalho na indústria moderna, a realizar sempre tarefas novas sem discutir para que servem, a respeitar a hierarquia. (10)
Difundir uma ideologia patriótica e nacionalista: eis o escopo fundamental da geografia escolar. Inculcar a ideia de que a forma Estado-nação é natural e eterna; apagar da memória coletiva as formas anteriores de organização espacial da(s) sociedade(s), destacando sua potencialidade, sua originalidade, e o "futuro" glorioso que o espera. (11)
A "crise da geografia",