Fichamento - Ascese e Capitalismo
Ascese e capitalismo
“A riqueza como tal é um grave perigo, suas tentações são contínuas, a ambição por ela não só não tem sentido diante da significação suprema do reino de Deus, como ainda é moralmente reprovável. [...] Efetivamente condenável em termos morais era, nomeadamente, o descanso sobre a posse, o gozo da riqueza com sua consequência de ócio e prazer carnal, mas antes de tudo o abandono da aspiração a uma vida “santa”. E é só porque traz consigo o perigo desse relaxamento que ter posses é reprovável. [...] A perda de tempo é, assim, o primeiro e em princípio o mais grave de todos os pecados.” (p. 142-143) “[...] o tempo é infinitamente valioso porque cada hora perdida é trabalho subtraído ao serviço da glória de Deus.” (p. 143-144)
“A falta de vontade de trabalhar é sintoma de estado de graça ausente.” (p. 144)
“A todos, sem distinção, a Providência divina pôs à disposição uma vocação (calling) que cada qual deverá reconhecer e na qual deverá trabalhar, e essa vocação não é, como no luteranismo, um destino no qual ele deve se encaixar e com o qual vai ter que se resignar, mas uma ordem dada por Deus ao indivíduo a fim de que seja operante por sua glória.” (p. 145)
“A especialização das profissões, por facultar ao trabalhador uma competência (skill), leva ao incremento quantitativo e qualitativo do rendimento do trabalho e serve, portanto, ao bem comum (common best), que é idêntico ao bem do maior número possível.” (p. 146)
“E antes de mais nada: a utilidade de uma profissão com o respectivo agrado de Deus se orienta em primeira linha por critérios morais e, em seguida, pela importância que têm para a “coletividade” os bens a serem produzidos nela, mas há um terceiro ponto de vista, o mais importante na prática,