fichamento a ética protestante e o espirito do capitalismo
[WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Traduzido por José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004]
A ÉTICA PROTESTANTE E O “ESPÍRITO” DO CAPITALISMO
PARTE I
Como registra no texto dedicado à ética protestante, tornara-se lugar comum comparar o comportamento social de católicos e protestantes, havendo mesmo na Alemanha de seu tempo quem supusesse consistiria a diferença em que os primeiros fugiram dos riscos associados à atividade empresarial, mesmo que isto implicasse em menor renda, enquanto os protestantes preferiam o contrário (usou-se a expressão “alegria de viver”), aparentemente confirmando um provérbio alemão segundo o qual caberia escolher entre “comer bem” ou “dormir bem”.
Do lado protestante utiliza-se essa concepção para criticar aqueles ideais ascéticos(reais ou supostos) da conduta de vida católica; do lado católico replica-se com a acusação de “materialismo”, o qual seria a consequência da secularização de todos os conteúdos da vida pelo protestantismo (p. 34)
Entendia que tais análises tangenciavam o essencial. Este não se encontraria no protestantismo tomado em bloco e nem mesmo desde logo no luteranismo. Correspondeu a um processo histórico dilatado de amadurecimento daquilo que chamou de vocação ascética, vocação entendida como aquilo que dá sentido à vida, como autêntica predestinação. A esse propósito escreve que é desnecessário acumular mais exemplos nessa exposição puramente introdutória, pois já esses poucos servem para mostrar que o “espírito de trabalho”, o “progresso”, ou qualquer outro nome que lhe possa ser dado, e cujo despertar se esteja inclinado a atribuir ao protestantismo, não deve ser entendido, como alguns pretendem fazê-lo, como alegria de viver, ou em qualquer outro sentido ligado ao Iluminismo.
Quiséssemos, entretanto trabalhar com elas, então teríamos que fazer de imediato muitas outras observações que,