FICHAMENTO ARISTOTELES
‘’A teoria clássica das formas de governo é aquela exposta por Aristóteles (384 - 322 a.C.) na Política; é clássica e foi repetida durante séculos sem variações sensíveis.’’
O termo empregado por Aristóteles para designar o que até aqui venho chamando de "forma de governo" é politéia, traduzido via de regra como "constituição". Vale notar que na Política encontramos muitas definições de "constituição". (BOBBIO, Norberto. A Teoria das formas de governo. pg. 55)
Para Aristóteles a politéia seria ''ordenação das magistraturas'', porém, a ''grosso modo'' diz Bobbio, pois o que entendemos como constituição hoje, envolve mais do que o funcionamento de todos os cargos públicos.
Um tema a respeito do qual Aristóteles não cessa de chamar a atenção do leitor é o de que há muitas constituições diferentes; portanto, uma das primeiras tarefas do estudioso da política é descrevê-las e classificá-las. Aristóteles enfrenta o problema no § 7 do Livro III (BOBBIO, Norberto. A Teoria das formas de governo. Pg. 56
As constituições ou politéia para Aristóteles são classificadas da seguinte forma quando se governa para o bem comum: Reino (governo de um), Aristocracia (governo de poucos), e Polida (governo de muitos). E suas formas degeneradas são: Tirania (Reino), Oligarquia (Aristocracia) e Democracia (Polida). O filósofo mostra de maneira simples seu modo de identificar as formas de constituição ''Fica bem claro que essa tipologia deriva do emprego simultâneo dos dois critérios fundamentais - 'quem' governa e 'como' governa (BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo, pg. 56)
A maior novidade, a estranheza terminológica, é o uso de "politia" para indicar a constituição caracterizada pelo governo de muitos, e bom. Estranheza porque, como vimos, "politia" (termo que traduz "politéia" sem traduzi-lo) significa "constituição" - é portanto um termo genérico, não-especifico (BOBBIO, Norberto. A Teoria das formas de governo, pg. 57)