Ficha de leitura “os métodos da etnologia”
A etnografia pode ser definida como a “descrição dos povos” e esta descrição pode ser feita através de diferentes perspectivas teóricas: o evolucionismo e o difusionismo são duas delas. Ambas são abordadas no texto de Franz Boas.
O evolucionismo, que exerceu um domínio quase absoluto na segunda metade do século XIX, foi a primeira corrente da antropologia e defende que as sociedades partem do mais simples para o mais complexo, ou seja existe a “ideia de uma evolução geral e uniforme da cultura da qual participaria todo o género humano”, tal como referido em “Os métodos da etnologia”. O difusionismo baseia mais a pesquisa etnológica nos conceitos de migração (movimentos de pessoas de um país para outro, ou de um lugar geográfico para outro dentro do mesmo país) e disseminação (difusão, propagação de hábitos, costumes, crenças, ideias…) no que no de evolução. Estes dois métodos acabam por poder ser refutados, pois a validade das teses e conclusões não é demonstrada pela etnologia. A este respeito é dito o seguinte, acerca do evolucionismo: “Se concordarmos que se deve provar, antes de aceitá-la, a hipótese de uma evolução uniforme, toda a estrutura perde a sua fundamentação.”. O evolucionismo defende que a civilização ocidental representa o modelo de desenvolvimento mais elevado, para o qual todas as sociedades caminham e é exactamente aqui que assenta outra hipótese de refutação desta perspectiva, pois “se admitirmos que é possível existirem diversos tipos definitivos e coexistentes de civilização, fica evidente que não se pode manter a hipótese de uma única linha geral de desenvolvimento.”.
A teoria difusionista, que rejeita a ideia de existirem “causas internas que dão origem a desenvolvimentos similares em diferentes partes do globo”, atribui o desenvolvimento aqueles conceitos já em cima mencionados (migração e difusão). Esta “requer um alto grau de estabilidade de traços culturais”, mas a suposição de