Fernando Pimenta
Trajetória
“Eu trabalhava numa agência de publicidade como manchador, (“o cara que faz o layout”), e um dia fui numa festa de maluco e me convidaram para ser ator num filme. Me envolvi também com a produção e tinha um amigo que sabia de cinema, porque eu não entendia nada e tinha que aprender. Então pintou um cara brasileiro que recém tinha voltado da Alemanha, quando deu a anistia. Ele era diretor de produção da Embrafilme e me pediu um cartaz”, relata. “Eu vinha de agência, sabia fazer campanha, outdoor, vinheta, abertura”.
Após fazer esse primeiro cartaz, vieram as outras solicitações. Pimenta então ganhou uma concorrência na extinta Embrafilme para produzir os cartazes do cinema nacional.
“Quando saí, demitido, montei um escritório e a demanda do Brasil continuou lá, era uma loucura”, relembra. “O Luiz Carlos Barreto (para quem Pimenta produziu diversos cartazes), instalou um telefone vermelho dentro do escritório para ter uma ligação direta”, diverte-se.
Águia na cabeça – 1983
O trabalho de cartazista era muitas vezes uma mistura de diretor e artista gráfico. Com a utilização cada vez maior de fotografia, o designer deixava a ilustração e passava a dirigir fotos como a feita para o