Fen meno luz do realismo estrutural ii
Yuri de Lima Rodrigues
1. Resumo
A finalidade aqui é apresentar uma argumentação que demonstre que o conceito filosófico-científico de estrutura no Realismo Estrutural é um bom exemplar para resolver o problema da unidade dos objetos extramentais.
2. O problema da unidade dos objetos extramentais
a. Intuição individual
Ao tocar uma fruta tomamos consciência de um perfil perceptível do objeto extramental em questão. Esse perfil do objeto extramental é a textura da fruta. Do mesmo modo, outros perfis seriam o seu gosto, o seu odor, o seu aspecto e os sons que o objeto pode emitir. Cada perfil é radicalmente diferente um do outro e o número de perfis é equivalente ao número de experiências que um sujeito pode ter desse objeto extramental ao percebê-lo. Assim, se o Tempo de Reação Manual (TRMs) numa relação estímulo-resposta varia de 30-40 ms (GAWRYSZEWSKI et. al., 2006, p. 103), então podemos dizer com bastante segurança que o número de estímulos que um objeto extramental pode suscitar é superior a 40 por segundo, já que o dado acima conta também o tempo de resposta. Portanto, as percepções tanto diferem em quantidade quanto em qualidade. Temos, então, inúmeras percepções de um mesmo objeto em um espaço de tempo determinado e pode-se perceber o mesmo objeto por diversos sentidos. Mas, todas essas percepções são radicalmente diferentes, mesmo aquelas que temos a cada milissegundo do mesmo objeto. O conceito de intuição individual nos diz algo nesse sentido e é útil para pensar este processo pelo qual a consciência intenciona uma propriedade perceptível de um objeto extramental que está espaço-temporalmente alocada. O uso da palavra intuição na expressão faz referência à imediatidade espaço-temporal com que a consciência intenciona uma propriedade individual. O leitor atento já se deu conta dos problemas a que esse conceito leva. Podemos nos perguntar: que nos assegura a possibilidade de falar em objetos extramentais como se