Feminismo de jornal
O fôlego contemporâneo contra o patriarcado refaz na esquina de qualquer Pelourinho a memória da resistência carbonizada em New York, alavanca o 8 de março e o movimento feito pelas mulheres em oposição à violência não somente gritada no âmbito doméstico, mas a de New Hit.
Ao fazer coro às vozes de 1908, nas organizações e fábricas, mulheres falam do autógrafo do falo em ônibus e lares fecundando opressões combatidas nos ideários feministas. Regras androcêntricas esvaziam a Lei Maria da Penha, naturalizam as iniquidades de gênero. Em movimento, sem cessar, diaristas conquistam seguridade social para o trabalho doméstico. Articuladas, lideranças comunitárias brigam contra o sexismo institucional. Chefas de família botam energia elétrica em casa. Negam a dar a luz, hasteiam o arco-íris, contam suas marcas e tatuagens. Na quilombagem, cheias de fé nas águas, há mulheres contra a Marinha.
Lélias e Loretas censuram o racismo sensacionalista que nomeia de drogados seus filhos, empurra a porta do barraco, dá de cassetete nos sonhos, passa a massa do ponto, se liga, Bocão! Griots, com toda razão, alardeiam a loucura. Na patologia social do racismo, médicos higienizam as mãos, sujando os laços comunitários. Na venda do mingau ou metendo a colher, a gestora sanciona, a delegada dá a voz, a feirante bota banca, as gerações do Bolsa Família mobilizam a economia. “Viram a cadeia” na vigília contra algozes
Digna de nota, a mulher da favela compõe a sua canção: não da de ré. Traficada sim, pode dar dó. Se o caçula não pede a “bença”, desvia a aposentadoria.
Candace ou potiguar, de longe, o movimento é da mulher inteira, sem cara metade. E bate folhas na esterilização compulsória. Guerreira não engole extermínio a seco.
Cheias de significados yalodès, as mulheres lutam por amor e nenhuma morte. Albinas, ganhadeiras do dia, batalhadoras da noite, cultivam uma sociedade sustentável e de maré cheia para o sisal, por existências sexo-amorosas e