sociedade
Seminário
Intermédio
FEMINISMO
Feminismo em Portugal tem sido uma palavra quase insultuosa. Ainda hoje continuam a existir pessoas, mulheres quase sempre, que se sentem na obrigação de explicar, cada vez que, por qualquer razão, falam de mulheres de uma forma positiva, que não são feministas, ou, as menos amedrontadas, que não são daquelas radicais que queimam soutiens. Voltarei ao tema dos soutiens mais tarde. Por mais ridículo que pareça é, em Portugal, muito pouco realista falar de feminismo sem referir o assunto mais célebre e comentado em relação ao feminismo.
A palavra feminismo apareceu em 1910 e segundo parece que foi inventada pela imprensa. De facto as primeiras feministas de 1840, saídas da Convenção de Seneca Falls nos Estados Unidos só se vieram a chamar assim em retrospectiva. Falava-se nessa altura de movimentos de mulheres, direitos de mulheres ou da promoção ou emancipação da mulher..
Este primeiro movimento, reivindicado hoje como a primeira vaga de feminismo, nasceu nos Estados Unidos a partir do movimento anti-esclavagista. As várias mulheres envolvidas no trabalho e campanhas deste movimento, e excluídas das assembleias sempre que se tomavam decisões e impedidas mesmo de usar a palavra, fizeram uma convenção separada da qual saiu uma declaração sobre os direitos das mulheres.
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Ao falar deste primeiro movimento, na história que reivindicamos das lutas das mulheres pela cidadania e liberdade, seria injusta em não mencionar que desde sempre, em todas as épocas históricas, houve mulheres que lutaram, não por si individualmente, mas pelos direitos de todas as outras mulheres. Esquecer aqui as mulheres da Revolução
Francesa, que organizadas em clubes tentaram conseguir para si a liberdade que tinham ajudado a conquistar, seria esquecer a história e cultura europeia que é a nossa. O nome de Olympe de Gouges, que primeiro escreveu uma
Déclaration des Droits de Femmes, merece fazer parte da nossa memória