Felino ditador

Resenha sobre o livro “Max e os felinos” de Moacyr Scliar, por Gabriel Bortoncello – 302

O livro “Max e os felinos” conta a história de Max, um jovem alemão que temia seu pai devido à seu autoritarismo exacerbado, por conta disso, acaba também criando um certo medo de felinos, pois seu pai era dono de uma loja de peles desses animais.
Max é o retrato de um garoto inseguro, que por vezes, se perde em seus próprios medos e inseguranças.
Com 19 anos, ele se envolve com uma mulher casada, para o azar ainda maior dele, com um nazista. Após seu caso ser descoberto, Max fica sob a mira do regime Nazista e é obrigado a fugir do Alemanha.
Max segue amedrontado, com a mesma insegurança de sempre. O livro retrata a personagem com um sentimento traumático e recatado.
O jovem alemão embarca em um navio cargueiro, que por coincidência, também transportara animais de um zoológico.
No meio da viagem um acidente acontece, e o navio naufraga. Por sorte, Max consegue escapar em um escaler.
Quando parecia que sua vida estava salva, um grande jaguar salta de dentro de uma jaula, dando um grande susto no alemão.
Este é o ápice da história. O jovem menino medroso e inseguro, se vê obrigado a conviver com um de seus maiores medos. Analisando de uma forma metafórica, podemos transcrever essa situação para o cotidiano, pois muitas vezes a vida nos coloca de frente para nossos medos e aflições, em situações que não temos para onde escapar. O livro marca o conflito do homem e suas feras.
Além disso, o Jaguar foi usado por Moacyr Scliar pois era o símbolo da ditadura militar. O livro traduz as aflições de estar diante de uma fera incompreensível, e que não queria ser compreendida
Após ser resgatado, Max finalmente chega à Porto Alegre, onde começa uma nova vida, porém seus fantasmas e pesadelos do passado continuam o assombrando.
Depois de um tempo ele compra um pedaço de terra em Caxias do Sul, onde casa e tem um filha. Nesta parte do livro, parece que sua vida finalmente está se